domingo, 26 de dezembro de 2010

Horas mortas

Mortas... sem actividade cerebral
Insensível aos estímulos artificiais
Interrompidas pela obrigação diária
Ouço a televisão nas minhas costas
Tento não encarar as minhas origens
Prefiro não ter opinião
Volto a tentar morrer
Volto a tentar escrever
E talvez consiga algo
Que me possa fazer feliz
Já que não posso amar nada
E não consigo odiar muito mais
Só quero ser insensível
E ter horas mortas.
Mais vale não ter nada
Do que recordar-me do que perdi
Recordar-me do que não vivi.
Nem recordações quero ter
Por favor deixem-me morrer
Tu... tens que me deixar ir...
Deixa as horas passar
Deixa anoitecer
Quero deixar de sofrer

[11/5/2002]