domingo, 26 de dezembro de 2010

Os meus Demónios

Anoitece.
O manto negro abraça-nos a todos
O feitiço da lua dá o toque final
A noite toma conta de mim

Agora sei que o caminho está traçado
Mais uma vez percorro essa estrada
Noite após noite
O destino é o mesmo

É o encontro comigo
É o encontro com os meus demónios
Que saem de mim atraídos pela noite
Atraídos pela fraqueza do meu ser

Agora que estou só
Tenho em mim a única companhia
E neles os espectadores perversos
Espreitando a minha auto-destruição

Eles estão perto
Consigo senti-los
Consigo tocá-los
Consigo adorá-los

Um quarto de noite passada
Segundos transformados em sonhos
Minutos em realidades
Horas em desesperos

Confundo ilusões e realidades
Vivo pesadelos que nunca sonhei
Espero que o tempo passe
E que a vida me deixe morrer

Agora a madrugada aproxima-se
Como mais uma ilusão real
Eles desaparecem, mas não se vão embora
Apenas se escondem em mim, aguardando

Aguardam, anseiam pelo confronto
Esperam o contacto com o falso mundo
Para então libertarem a sua raiva
Para proclamarem a minha desgraça

Sou eu, sou só eu
Apenas eu, e também eles
E porque eu nunca o fui
Eles sempre o serão

[26/2/2002]