domingo, 26 de dezembro de 2010

Dimensão tomada por sentidos

Na rua os sonhadores refugiam-se em abrigos iluminados por conceitos obscuros
Aqui, sobre solo sagrado,
Por uma eternidade profanado,
Um sonhador perde-se na embriaguez da incerteza dos instantes futuros

O mestre espera-me! O ídolo de ouro baço grita “acordem”...
E eu olho em redor e perco-me num ou noutro pormenor
Ignoro o chamamento em troca do amor intemporal
Ao ouvido sussurram-me que lá fora o temporal
Ainda é um mal pior.

Linda adorada...
Não confundas chamamentos, mesmo que construídos de ilusões
Com os tormentos da chuva e dos trovões.

O tempo já não me basta, prefiro ignorá-lo
Se numa dimensão o instante importa
Prefiro então sofucá-lo.

O tempo ganha-se com o esquecimento!

[29/3/2003]